domingo, 5 de setembro de 2010

Retribuição - FINAL

Os três filhos de Emily compareceram, além de uns dez ou quinze amigos. O evento se deu no apartamento de Connie, e champanhe correu como água. Meus pais não puderam comparecer, já que estavam previamente compromissados com o sacrifício de um carneiro. Dançamos, rimos muito e tudo correu otimamente. Em certo momento, vi-me sozinho no quarto com Connie. Brincamos um com o outro, recordando nossa relação, os altos e baixos, e como eu tinha sido sexualmente louco por ela.
''Foi gratificante'', ela admitiu, calorosamente.
''Pois é. como não deu certo com a filha, capturei a mãe.''
Bem, o que aconteceu em seguida foi que Connie enfiou sua língua inteira em minha boca. Quando consegui liberar minha própria língua, só pude dizer:
''Que diabo é isso? Está bêbada?''
''Você me provoca um tesão que nem imagina'', ela disse, me arrastando para a cama.
''O que deu em você? Virou ninfomaníaca?'', protestei, levantando-me, mas inegavelmente excitado por aquela súbita agressividade.
''Tenho que ir para cama com você. Se não agora, o mais depressa possível.''
''Comigo? Harold Cohen? O cara que viveu com você? E que te amou? E que não podia nem encostar em você? Aquele que virou uma espécie de versão falsificado do seu irmão Danny? O símbolo do seu irmão?''
''Agora é diferente'', disse Connie, agarrando-se a mim. ''Casando-se com a minha mãe, você se tornou o meu pai.'' Beijo-me de novo e, um segundo antes de voltar para a festa, sentenciou: Não se preocupe, papai. Haverá mais oportunidades...''
E voltou para a sala.
Sentei-me na cama e olhei pela janela, em direção ao espaço infinito. Pensei em meus pais e me perguntei se deveria abandonar a mania de escrever para o teatro e me tornar rabino. Pela porta entreaberta, vi Connie e Emily, ambas rindo para os convidados e, ao me olhar no espelho, só consegui murmurar para mim mesmo uma velha expressão de meu avô, significando aproximadamente ''Que loucura...''

Woody Allen ''Que loucura!''

terça-feira, 16 de março de 2010

Retribuição - PARTE IX

Até que, um dia, a espantosa notícia de que a mãe de Connie deixara seu marido e de que iriam divorciar-se. Claro, que, nesse momento, sofri a primeira taquicardia em meses. Imagine - meus pais brigavam mais que Pafúncio e Marocas e ficaram juntos a vida inteira. Já os pais de Connie bebericavam martinis entre uma e outra frase de efeito, civilizadíssimos e, de repente - pimba! - divorsiavam-se!
Minha estratégia agora era óbvia. Trader Vic's de novo! Já não haveria obstáculos entre eu e Emily. Embora ainda parecesse estranho, já que eu tinha namorado Connie há tão pouco tempo, a situação não mais oferecia as insuperáveis dificuldades do passado. Éramos agora frilas na vida. Meus sentimentos adormecidos por Emily Chasen incidiaram-se novamente. Era possível que uma cruel brincadeira do destino tivesse arruinado minha relação com Connie, mas nada mais se interporia no meu caminho para conquistar sua mãe.
No auge da excitação, liguei para Emily e marcamos um encontro. Três dias depois, estávamos novamente aconchegados num cantinho do restaurante polinésio, com apenas três drinques daqueles pesados, ela abriu o coração sobre seu descasamento. Quando chagou à parte sobre as possibilidades de uma nova vida, eu a beijei. Sim, ela ficou um pouco surpresa, mas não gritou. Confessei meus sentimentos a seu respeito e beijei-a de novo. Pareceu confusa, mas não virou a mesa sobre mim. No terceiro beijo, eu já sabia que ela sucumbiria. Ela partilhava os meus sentimentos. Levei-a a meu apartamento e fizemos amor. Na manhã seguinte, quando os efeitos do álcool haviam se dissipado, ela ainda me parecia maravilhosa e fizemos amor outra vez.
''Quero me casar com você'', eu disse, com os olhos cheios de adoração.
''Não brinque'', ela respondeu.
''Não estou brincando e não deixo mais barato'', insisti.
Tomamos café da manhã, entre beijos e planos para o futuro. Naquele mesmo dia, fui dar a notícia a Connie, preparado para uma reação que não chegou a acontecer. Esperava que ela morresse de rir ou ficasse puta da vida, mas o fato é que Connie tirou a coisa de letra. Ela própria estava levando uma agitada vida social, saindo com um bando de homens, cada qual mais atraente, e andava preocupada com o futuro de sua mãe desde que esta se divorciara. De repente, um respeitável jovem saía das sombras para cuidar da dama. Alguém que ainda mantinha um belo relacionamento com ela, Connie. Não era uma sorte? O sentimento de culpa que Connie ainda alimentava a meu respeito acabaria. Emily ficaria feliz. Eu ficaria feliz. Donde, por que não Connie levar a coisa na maior, como aliás, se esperava de sua criação?
Meus pais, por outro lado, correram diretamente para a janela de seu apartamento no 10ª andar e brigaram para ver quem saltava primeiro.
''Nunca ouvi nada parecido'', gemeu minha mãe, retorcendo seu roupão e trincando os dentes.
''Ele está louco. É um idiota!'', grunhiu meu pai, pálido e com sufocações.
''Uma shiksa de 55 anos?!'', grasnou tia Rose, empunhando uma espátula e apontando-a contra seus próprios olhos.
''Mas eu a amo'', protestei.
''Ela tem mais que o dobro de sua idade'', berrou tio Louie.
''E daí?''
''É contra a lei!'', berrou meu pai, invocando o Torá.
''Vai se casar com a mãe da namorada?'', ganiu tia Tillie, um segundo antes de desmaiar.
''Uma shiksa de 55 anos'', uivou minha mãe, vasculhando os bolsos em busca de uma cápsula de cianureto que tinha reservado para tais ocasiões.
''Quem é ela? Uma marciana? Ela o hipnotizou?'', perguntou tio Louie.
''Idiota! Imbecil!'', trovejou papai. Tia Tillie recobrou a consciência, olhou-me bem nos olhos e desmaiou novamente. No outro lado da sala, tia Rose estava de joelhos, entoando o Sh'ma Yisroel.
''Deus vai te castigar, Harold'', rogou papai. ''Prenderá a sua língua contra o céu da boca, fará morrer todo o seu gado, secará um décimo da sua colheita e...''
O fato é que me casei com Emily e não houve suicídios.

Woody Allen ''A liberdade é o oxigênio da alma.''

segunda-feira, 15 de março de 2010

Minha Namorada.

Meu poeta eu hoje estou contente
Todo mundo de repente ficou lindo
Ficou lindo de morrer
Eu hoje estou me rindo
Nem eu mesma sei de que
Porque eu recebi
Uma cartinhazinha de você
Se você quer ser minha namorada
Ai que linda namorada
Você poderia ser
Se quiser ser somente minha
Exatamente essa coisinha
Essa coisa toda minha
Que ninguém mais pode ter
Você tem que me fazer
Um juramento
De só ter um pensamento
Ser só minha até morrer
E também de não perder esse jeitinho
De falar devagarinho
Essas histórias de você
E de repente me fazer muito carinho
E chorar bem de mansinho
Sem ninguém saber porque
E se mais do que minha namorada
Você quer ser minha amada
Minha amada, mas amada pra valer
Aquela amada pelo amor predestinada
Sem a qual a vida é nada
Sem a qual se quer morrer
Você tem que vir comigo
Em meu caminho
E talvez o meu caminho
Seja triste pra você
Os seus olhos tem que ser só dos meus olhos
E os seus braços o meu ninho
No silêncio de depois
E você tem de ser a estrela derradeira
Minha amiga e companheira
No infinito de nós dois - Vinicius de Moraes

sábado, 13 de março de 2010

Retribuição - PARTE VIII

Vários estágios de angústia caracterizaram os meses seguintes. Primeiro, a dor de ser rejeitado na cama. Em seguida, o fato de vivermos dizendo para nós mesmo que aquela situação era temporária - que era acompanhado pelas minhas tentativas de ser compreensivo e paciente. Lembro-me de que, certa vez, quando era estudante, fracassei na cama com uma colega de turma porque ela me lembrava minha tia Alzira. (A tal garota nada tinha a ver com a cara de esquilo de minha tia, mas a idéia de fazer sexo com a irmã da minha mãe me embananou por completo.) Eu sabia o que Connie estava passando, o que não impedia que a frustração sexual ficasse a cada dia mais avassaladora. 
Depois de algum tempo, meu autocontrole passou a expressar-se em observações sarcásticas e ligeiras ansiedades de botar fogo na casa. Mesmo assim, continuei tentando não degringolar e procurando preservar o que, sob outros aspectos, era um bom relacionamento com Connie. Minha sugestão de que ela consultasse um psicanalista entrou-lhe e saiu-lhe pelas orelhas, como se, pelo fato de ser judeu, eu lhe tivesse sugerido uma ideologia exótica oriunda de Viena.
''Por que não procura outras mulheres?'', ela dizia ''O que mais posso oferecer?''
''Não preciso de outras mulheres. Amo você''
''E eu amo você. Você sabe. Mas não consigo ir para cama com você.''
Realmente, eu não fazia o gênero de quem saia comendo todo mundo porque, apesar de minha antiga obsessão pela sua mãe, nunca tinha traído Connie. Claro, claro, já havia experimentado fantasias a respeito de umas e outras mulheres ao acaso - uma atriz aqui, outra garçonete ali, e até mesmo alguma antiga colega de olhos esbugalhados -, mas nunca teria sido capaz de ser infiel ao meu amor. Tinha conhecido nesse ínterim mulheres bem agressivas, algumas inclusive predatórias, mas mantivera-me leal a Connie. E duplamente até, naquele período em que ela se confessava impotente. Naturalmente que me ocorreu voltar à carga de Emily, a quem continuava vendo, com ou sem a companhia de Connie, mas sentia que avivar a brasa que, com tanto custo, eu conseguira fazer dormir, só iria tornar ainda mais miserável.
Isto não quer dizer que Connie me tenha permanecido absolutamente fiel. Não. A triste verdade é que, pelo menos em algumas ocasiões, ela andou sucumbindo diante de estranhos, prevaricando com atores, escritores, etc.
"O que você quer que eu diga?'', ela admitiu certa madrugada, quando a flagrei em contradição numa série de álibis. ''Só faço isso para ter certeza de que não estou definitivamente brocha, de que ainda sou capaz de gostar de sexo.''
''Quer dizer que você gosta de sexo com todo mundo, menos comigo?'', repliquei furiosos, roído por sentimentos de injustiça.
''Isso mesmo. Você me lembra meu irmão.''
''Chega dessa asneira. Não quero mais saber disso.''
''Eu disse a você para procurar outras mulheres.''
''Tentei evitar, mas agora estou vendo que vou ter de fazer isso.''
''Por favor. Não evite. É uma maldição sobre nós'', ela soluçou.
Era mesmo uma maldição. Porque, quando duas pessoas se amam e são forçadas à separação devido a uma aberração quase cômica, o que mais pode ser? Era inegável que a causa tinha sido o meu íntimo relacionamento com sua mãe. Talvez eu estivesse me achando muito gostoso ao pensar que podia deslumbrar e comer Emily Chasen, depois de já ter papado sua filha.
Um espanto: eu, Harold Cohen, um homem que nunca na vida se considerara superior aos batráquios, via-se crucificado por excesso de lubricidade! Difícil de acreditar, mas era verdade. E, por isso, eu e Connie nos separamos. Penosamente, continuamos amigos, mas seguimos nossos caminhos, cada qual por si. É verdade que apenas dez quarteirões nos separavam e nos falávamos todos os dias, mas a relação acabara. Só então me dei conta de quanto tinha adorado Connie. Lembrei-me de nossos melhores mementos, das incríveis horas de sexo que tínhamos vivido e, na solidão do meu apartamento, cheguei a chorar. Tentei sair com várias garotas, mas, inevitavelmente, tudo parecia sem sentido. O desfile de tietes ou de secretárias em volta de minha cama era ainda mais vazio do que passar a noite com um bom livro. O mundo inteiro era para mim um lugar chato e desesperante para viver - até que , um dia...

Woody Allen ''Fui expulso da faculdade por colar na prova de metafísica; eu olhei para a alma do garoto sentado ao lado.''

sexta-feira, 12 de março de 2010

Retribuição - PARTE VII

Como se diz no cinema, cortem par alguns meses depois. Connie já não conseguia fazer sexo comigo. Por quê? Eu mesmo toquei no assunto, como se fosse o trágico protagonista de uma tragédia grega. Nossa vida sexual tinha começado a ratear havia algumas semanas.
"O que aconteceu?'', perguntei. ''Que que eu fiz?''
''Os, meu Deus, não é sua culpa. Merda.''
''Então, o quê? Me diga!''
''Não sei, só sei que não estou com vontade. Temos de fazer sexo toda noite?'' O que ela queria dizer com toda noite não passava de algumas vezes por semana e, ultimamente, muito menos do que isso.
''Não quero'', ela dizia, cheia de culpa, quando eu tentava demonstrar minhas péssimas intenções. ''Você sabe que não estou numa boa?'', eu insistia, incrédulo. ''Está saindo com mais alguém?''
''Claro que não.''
''Ainda me ama?''
''Antes não te amasse.''
''Então, qual é o grilo? Por que está desse jeito?
''Não sei. Só sei que não consigo trepar com você'', ela confessou certa noite. ''Você me lembra o meu irmão.''
''O quê?''
''Você me lembra Danny. Não me pergunte por quê.''
''Seu irmão? Você está brincando.''
''Não.''
''Mas ele tem 23 anos! É louro, bonito pra cacete, trabalha no escritório de advocacia do seu pai, e eu faço você se lembrar dele?''
''Sei lá, é como ir para a cama com ele'', ela soluçou.
''Está bem, está bem, não chore. Tudo vai terminar bem. Vou tomar uma aspirina e me deitar. Não estou me sentindo bem.''
Levei as mãos à cabeça, como se fosse vítima de uma enxaqueca, mas era óbvio até para mim que meu forte relacionamento com sua mãe tinha feito com que Connie passasse a me ver de modo bastante fraternal. O destino ajustava as contas com o locutor que lhe fala. Eu seria torturado como Tântalo, tão próximo do corpo dourado e macio de Connie Chasen, mas impossibilitado de tocá-la, excerto se - pelo menos até então - pronunciasse o clássico ''Pô!''. Dentro daquela absolutamente irracional que se desenha na maioria das relações humanas, eu tinha me tornado pouco mais do que o irmãozinho dela.

Woody Allen ''Odeio a realidade, mas é o único lugar onde se pode comer um bom filé.''

quinta-feira, 11 de março de 2010

Definitivo.

Definitivo, como tudo o que é simples: nossa dor não advém das coisas vividas, mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram. Sofremos por quê? Porque automaticamente esquecemos o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções irrealizadas; por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter tido junto e não tivemos, por todos os shows e livros e silêncios que gostaríamos de ter compartilhado e não compartilhamos. Por todos os beijos cancelados, pela eternidade. Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um amigo, para nadar, para namorar. Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas angústias se ela estivesse interessada em nos compreender. Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada. Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam, todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar. Por que sofremos tanto por amor? O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez companhia por um tempo razoável, um tempo feliz. Como aliviar a dor do que não foi vivido? A resposta é simples como um verso: se iludindo menos e vivendo mais! A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento,perdemos também a felicidade.
A dor é inevitável. O sofrimento é opcional... - Carlos Drummond de Andrade

quarta-feira, 10 de março de 2010

Retribuição - PARTE VI

Campanhas passadas e bem-sucedidas sugeriram-me imediatamente a estratégia a seguir. Eu iria levá-la ao Trader Vic's, um covil polinésio de delícias, com sua iluminação sugestiva, cantinhos mocós e bebidinhas aparentemente suaves, mas que despertavam como um vulcão a mais adormecida libido. Uma ou duas doses de Mai Tai e ela estaria madura para o abate. Uma mão em seu joelho. Um beijo súbito e molhado. Dedos entrecruzados. A bebida milagrosa faria sua mágica infalível. Nunca tinha falhado no passado. Mesmo que a vítima, tomada de sobressalto perguntasse que diabo eu estava tentando fazer, sempre se podia recuar graciosamente, pondo a culpa nos efeitos do demônio do álcool.
''Perdão'' - era um bom álibi -, ''acho que fiquei alterado pela bebida. Não sabia o que estava fazendo.''
É isso mesmo. Chega de papo furado, pensei. Estou apaixonado por duas mulheres, e não há nada de anormal nisso. Que importa se são mãe e filha? Maior ainda o desafio! Eu estava ficando histérico. Só que, bêbado de autoconfiança como estava naquele momento, devo confessar que as coisas não saíram exatamente como eu planejei.
Sim, fomos ao Trader Vic's numa tarde fria de fevereiro. Ficamos nos olhando nos olhos um tempão e dizendo coisinhas um para o outro, enquanto sorvíamos copos e copos daquela bebida branca e espumante - mas ficou por aqui mesmo. E isto aconteceu porque, apesar de já desbloqueado para ir até o fim, senti que a coisa destruiria completamente Connie. Foi mais a minha consciência de culpa - ou, digamos, meu retorno a sanidade - que me impediu de depositar minhas mãos sobre o joelho de Emily e concretizar minhas intenções abjetas. A súbita certeza de que eu estava apenas fantasiando loucamente e que, na realidade, amava Connie e nunca poderia me arriscar a feri-la, acabou por me derrotar. É isso aí: Harold Cohen era um tipo mais convencional do que ele próprio gostaria de admitir. E mais apaixonado por sua garota do que queria fazer crer. Esse tesão por Emily Chasen teria de acabar e ser esquecido. Por mais penoso que me fosse controlar meus impulsos pela mãe de Connie, a razão e a decência teriam de prevalecer.
Após uma tarde maravilhosa, que deveria ter sido coroada por flamejantes beijos nos grandes e convidativos lábios de Emily, pedi a conta e dei por encerrado o assunto. Saímos rindo do bar, caminhamos pela neve e, depois de levá-la até seu carro, observei-a sumindo no fim da rua, em direção à casa, enquanto eu voltava para sua filha com uma nova e profunda sensação de calor pela mulher que, toda noite, partilhava a minha cama. A vida é mesmo um caos - pensei. Os sentimentos são tão imprevisíveis. Como uma pessoa consegue ficar casada durante 40 anos? Para mim, isso parecia um milagre ainda maior do que a divisão do Mar Vermelho, embora meu pai, na sua ingenuidade, considere essa última façanha muito mais impressionante. Chegando em casa, beijei Connie apaixonadamente, confessei-lhe todo o meu amor e, naturalmente, fomos direto para a cama.

Woody Allen "Não despreze a masturbação - é fazer sexo com a pessoa que você mais ama.''

Meu amor...

''Meu amor,
Eu nem sei te dizer quanta dor
Mesmo a noite não sabia
O que o amor escondia

Minha vida,
Que fazer com minha alma perdida
Foi um raio de ilusão
Bem no meu coração
E veio com tudo
Dissabor e tudo
Veio com tudo
Dissabor e tudo

Eu sei,
Eu não sei viver sem ela
Assim, um simples talvez me desespera
Ninguém pode querer bem sem ralar
Na há nada o que fazer
Amar é tudo.''

30 meses, meu amor. ♥

segunda-feira, 8 de março de 2010

Triunfo!



Clica aí ou aqui. (:

Piada marota!